Criador do estilo armorial que teve início na década de 70, Ariano Suassuna ganha homenagem em sua cidade natal. O auto de Natal produzido pela Junina Moleka 100 Vergonha chega na cidade de Taperoá-PB. Apresentado pelos personagens João Grilo e Chicó criados pelo escritor, o grupo apresenta uma nova versão do nascimento de Jesus, uma versão contada no estilo armorial, com aspectos peculiares da cultura nordestina. O texto apresentado foi escrito pelo poeta Lima Filho, que toma inspiração no movimento armorial, herança cultural deixada por Ariano Suassuna.
Sobre a construção da peça teatral, Lima Filho compartilha que: “A história do nascimento de Jesus foi mil vezes contada de diversas formas. Pela primeira vez resolvi contar essa história, seguindo a cartilha do movimento armorial criado por Ariano. O espetáculo além do linguajar nordestino precisava ter uma exaltação a nossa cultura. Daí a inclusão de danças tradicionais, escrita em cordel, músicas regionais, maquiagens e figurinos todos com a estética armorial”. Lima ainda acrescenta, que a versão do nascimento de Jesus, é uma homenagem a Ariano, mas também é uma exaltação a nossa cultura nordestina e ainda diz que ao escrever precisou incluir os gracejos e linguajar do cotidiano do nordestino, cita como exemplo o seguinte o momento no auto quando Maria fica grávida, e a referencia usada é que Maria, fica “buchuda”, por fim, conclui dizendo que trouxe o nascimento para o Nordeste e para a cidade do homenageado, apresentando Jesus como nascido em Taperoá.
O espetáculo estreou na cidade de Campina Grande e teve quatro apresentações e agora segue para a cidade de Taperoá, para realizar o encerramento de apresentações. A encenação vai acontecer em frente a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em formato de teatro ao ar livre com uma apresentação aberta ao público, começando às 19h30.
Uma encenação que vem enchendo o público de emoção a cada noite, com efeitos especiais e projeções mapeadas que complementam a energia da apresentação. Cerca de 40 pessoas fazer parte da construção do espetáculo como Delanio Marques, que é fotógrafo e está responsável pelos registros da apresentação: “Sempre é uma responsabilidade grande, quando se trata de Moleka, por ter feito parte da origem desse movimento de grande importância para nossa cultura, e agora somando com a parte artística, revelando nomes para o cenário artístico. E poder fazer os registros fotográficos é muito gratificante, além de eternizar os momentos vividos por todos ali presentes, é levar a emoção vivida a todos os lugares com as mídias digitais”, declara ele. Como parte espectadora do espetáculo, Delanio compartilha sobre a importância de poder trazer as memórias afetivas, que estavam adormecidas: “Ficou visível como foi contagiante a emoção do público ali presente”, afirmou.
O evento é um fomento a valorização das características nordestinas, que atua na divulgação da riqueza e diversidade das tradições locais. Partindo dos mesmos princípios, o projeto Bom é na Feira é realizador deste espetáculo que vai animar o público na cidade de Taperoá, homenageando o escritor e filósofo Ariano Suassuna.
O Bom é na Feira: circuito agro é uma realização da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba, CS projetos e Governo da Paraíba, com patrocínio Caixa, Ministério da Agricultura e Governo Federal Brasil União e reconstrução. As ações do projeto podem ser acompanhadas pelas redes sociais: @bomenafeira, no Facebook, Instagram e no site: www.bomenafeira.com.br