O turismo nacional segue em ritmo de expansão. Em fevereiro, o setor faturou R$ 16,6 bilhões, o que representa um crescimento de 18,8% em comparação ao mesmo período do ano passado. No primeiro bimestre de 2023, o ganho, entre o faturado no início do ano ante o período de 2022, foi de R$ 5,8 bilhões. Os dados são do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base nas informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No segundo mês do ano, o transporte aéreo obteve elevação anual de 39,7% e continua em destaque no levantamento, ao atingir R$ 5,3 bilhões. A tendência é que o ritmo das variações se arrefeça, não por uma demanda mais fraca, mas pela acomodação dos preços das passagens — que, no primeiro trimestre, apresentou deflação 14,6%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE.
Já o grupo de hospedagem e alimentação apontou alta expressiva de 18,2% e faturamento de R$ 4,9 bilhões. De acordo com dados do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), a tarifa média dos hotéis, no Brasil, subiu 40% em um ano. Ao mesmo tempo, houve um crescimento na taxa de ocupação. Diante da demanda aquecida, os empresários têm conseguido sustentar uma tarifa mais alta e, consequentemente, arcar com o aumento dos custos operacionais.
Outra alta importante foi registrada no transporte terrestre (ônibus intermunicipal, interestadual e internacional): 7,9% no contraponto anual, com faturamento de R$ 2,6 bilhões, maior nível para o mês desde 2014. Em fevereiro, período de alta temporada e carnaval, muitos consumidores substituíram o translado de avião pelo de ônibus, em razão dos preços das passagens. Seguindo essa tendência de substituição, abre-se um leque de oportunidade para os destinos de curta e média distâncias.
O grupo de locação de veículos, agência de turismo, operadoras e outros serviços registrou crescimento anual de 5%. As atividades culturais, recreativas e esportivas apontaram ganho de 3,9%, na mesma base comparativa. O faturamento foi de R$ 1,1 bilhão. Dentre os setores pesquisados, estão parques aquáticos, shows musicais, colônia de férias, entre outros.
Por fim, o transporte aquaviário apontou elevação anual de 11,1%, faturando R$ 47,9 milhões. O segmento, apesar de relativamente pequeno, tem enorme potencial de crescimento, em decorrência do tamanho da costa litorânea brasileira e da demanda por barcos e balsas para deslocamentos na região.
De acordo com a FecomercioSP, os dados de fevereiro indicam que o setor continua aquecido e em rota de expansão. É importante destacar que o turismo corporativo tem se mostrado um grande motor da economia nacional, principalmente neste ano, com a volta dos eventos e das feiras.
“A tendência é favorável para o turismo, seja de lazer, seja de negócios, cenário que tem proporcionado uma recuperação financeira aos empresários do setor, que conseguem olhar um horizonte positiva. Consequentemente, há espaço para a ampliação da capacidade de investimento e contratações”, afirma o presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Marco Ferraz.
Nota metodológica
O estudo é baseado nas informações da Pesquisa Anual de Serviços e dados atualizados com as variações da Pesquisa Mensal de Serviços, ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números são atualizados mensalmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e foram escolhidas as atividades que têm relação total ou parcial com o turismo.
Para as atividades que têm relação parcial, foram utilizados dados de emprego ou de entidades específicas para realizar uma aproximação da participação do turismo no total.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.