O Sistema Nacional de Fomento (SNF), composto por 34 instituições financeiras reunidas pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), aumentou em 24,6% o volume de recursos disponibilizados aos municípios, de janeiro a junho deste ano, em relação ao segundo semestre de 2022. Os dados são do novo levantamento da entidade, a partir de informações mais recentes do Tesouro Nacional. No período, foram viabilizados créditos na ordem de R$ 7,5 bilhões para municípios brasileiros.
A região Sudeste concentra a maior parcela dos recursos (38,7%). Desse total, mais da metade, cerca de R$1,7 bilhão, vai para o estado de São Paulo. Os financiamentos às cidades da região Nordeste (22,7%), por outro lado, são mais distribuídos entre os estados, com destaque para os do Rio Grande do Norte, da Bahia e do Ceará. As regiões Sul, Centro-Oeste e Norte ficaram com 27,3%, 6,6% e 4,8% da verba, respectivamente.
Ticket médio dos contratos
O ticket médio das operações do SNF para municípios vem aumentando desde 2021. O crescimento pode indicar uma tendência para financiamentos de projetos de maior porte e mais complexos nos últimos anos. O valor médio dos contratos para as grandes cidades é de R$ 51,5 milhões, enquanto nas pequenas, é de R$ 5,9 milhões.
Um total de RS 5,4 bilhões de recursos disponíveis do SNF foram para municípios de Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) alto no primeiro semestre de 2023. No entanto, ao observar conjuntamente os valores destinados às regiões de IDHM muito baixo, baixo e médio, é possível observar que essas localidades receberam 20% do total de recursos do período, o que equivale a R$ 2,3 bilhões.
“Vale destacar que a maior parte desses recursos está sendo disponibilizada para o financiamento do desenvolvimento sustentável no Brasil, como indústria, inovação, infraestrutura, saneamento básico e pavimentação”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), Celso Pansera.
O que é o SNF
O SNF é o principal credor dos municípios brasileiros. O sistema congrega as Instituições Financeiras de Desenvolvimento (IFDs) brasileiras, incluindo bancos públicos – federais, regionais e estaduais – agências de fomento, bancos cooperativos, além da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Seu principal compromisso é apoiar o desenvolvimento brasileiro.
Vale destacar que as IFDs têm fortalecido, cada vez mais, seu papel no financiamento ao desenvolvimento das cidades brasileiras. São elas que, muitas vezes, financiam projetos de infraestrutura e saneamento que requerem alto volume de recursos e longo prazo e que, portanto, são menos atrativos às instituições financeiras privadas, devido a sua maior aversão ao risco. Desde 2012, início da série histórica monitorada pela ABDE, as IFDs financiaram mais de R$ 74 bilhões, o que representa 98,8% do total de recursos direcionados aos municípios.
Enquanto os bancos federais, como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fornecem a maior parte do volume de recursos, as instituições subnacionais – como agências de fomento estaduais – têm o papel essencial de garantir a capilaridade dos financiamentos, distribuindo os recursos destinados aos municípios pelo território nacional, principalmente em operações voltadas ao financiamento de projetos de pequeno porte.
Conheça a ABDE
Criada em 1969 e sediada em Brasília (DF), a Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) define e executa ações de fortalecimento do Sistema Nacional de Fomento (SNF), composto por 34 Instituições Financeiras de Desenvolvimento (IFDs) de todo o país. Por meio de representação nacional nas esferas governamentais, sociais e produtivas do país, da produção e divulgação de estudos e da promoção e disseminação de diversos tipos de cursos e atividades, a ABDE aprimora a atuação dos associados para contribuir com um financiamento eficiente e em prol do desenvolvimento sustentável brasileiro.
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