“Porto de águas profunda é utopia”, detona empresário
27 de setembro de 2023
Redação

O empresário paraibano Arlan Rodrigues comanda hoje a entidade mais importante do segmento de carros e logística da região Nordeste. Recentemente, foi reeleito para um segundo mandato que começa no ano que vem e só termina em 2028. Quando encerrar esse ciclo na presidência da Federação Nacional dos Transportes de Cargas e Logística, região Nordeste, terá completado 5 anos e 8 meses num cargo que representa 12 mil empresas, responsáveis pelo tráfego e boa boa parte da riqueza produzida nos nove estados nordestinos. 

Ele foi o convidado do podcast foradoeixo.rec e não topou palavras. Elogiou quando tinha que reconhecer méritos de gestores e empresários. Criticou quando enxergou erros estratégicos de políticos, empresários e instituições. 

Arlan tem posição clara sobre o momento da Paraíba. Para ele, a ideia de construir um porto de águas profundas, no Litoral Norte (mais precisamente em Mataraca) é desperdício de tempo. “Uma utopia. Papel aceita qualquer coisa. Não sai do papel”, detonou. 

O empresário afirmou que a Paraíba nunca experimentou um momento como esses, em seus 58 anos de testemunha na história. Arlan, filho do empresário e ex-prefeito de Cajazeiras, José Nello Zerinho Rodrigues (in memorian), herdou o DNA e o faro pelo negócio. Aprendeu na marra, quando o pai decidiu enveredar pela política e se candidatar a prefeito de sua terra natal. 

Recém-saído da universidade e casado há pouco tempo, Arlan se viu de frente com a transportadora Marajó, pioneira no Estado, mas afundada em dívidas e à beira da falência. “O gerente do banco se escondia quando me via. Consegui ver que tinha dado a volta por cima quando entrei na agência e ele veio me cumprimentar”, conta.

De fato, a empresa voltou a água mais calma e foi deslanchando. Mudou o perfil, mas não a essência. Multiplicou os segmentos de atuação e recuperou o crédito na praça. Mas foram as ondas mais fortes que levaram a Marajó a surfar num mercado que foi ganhando potencial nos últimos anos. Passou a operar no Porto de Cabedelo e hoje domina a logística do terminal paraibano e atual em mais três de outros estados.

Por isso, Arlan fala com a autoridade. Diz que que, ao invés de ficar projetando um porto que não vai sair do papel, os políticos devem ajudar o governo na construção da ponte entre Cabedelo e Lucena, para ampliar a retroárea do atual porto. Ele se uniu a outros empresários e está construindo um pai truck, para receber caminhões pesados e organizar todo o fluxo de cargo e descarga do local. 

Arlan chama a atenção da classe política para a “calamidade pública”que virou a BR 230. Obras de duplicação e triplicação paradas, trechos congestionados e mal sinalizados. “Tudo isso impacta nos negócios. Consequentemente, traz prejuízos e afeta o PIB (Produto Interno Bruto da Paraíba). Toda classe politica teria que se unir, cobrar de Brasília a conclusão de tudo isso”, afirmou. 

No podcast ele fala muito mais. Conta sua história, a dedicação pela empresa e fala dos ensinamentos deixados pelo pai e pela carreira dentro da transportara Marajó. ASSISTA.

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