Facilitar a inserção das empresas no mercado internacional, com destaque para os pequenos negócios. Esse é o objetivo da Política Nacional de Cultura Exportadora, lançada nesta segunda-feira (4), em Brasília. A iniciativa se dará por meio de uma rede de apoio a empresas formada por diversas instituições públicas e privadas – entre elas, o Sebrae – que atuam no fomento às exportações brasileiras.
Durante o lançamento, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Geraldo Alckmin, ressaltou uma série de ações que o governo vem executando para retomar o comércio exterior e alavancar a participação das empresas brasileiras nesse mercado, como manter o câmbio estável, promover a reforma tributária para tornar as empresas mais competitivas, impulsionar a desburocratização e o financiamento, além de reforçar a relação com os vizinhos do Mercosul e da América Latina.
“Essa Política Nacional vai nos ajudar a agir na causa dos problemas e atuar para ter mais competitividade. Somente neste semestre, já atingimos um recorde e exportamos US$ 225 bilhões, que dá mais de R$ 1 trilhão. É aumento real do volume de exportação. O importante é criar essa cultura exportadora”, afirmou. “Além de exportar mais, devemos incluir as pequenas empresas e a agricultura familiar”, completou.
De acordo com presidente do Sebrae, Décio Lima, a instituição vai investir na capacitação dos donos de pequenos negócios para que possam acessar o mercado externo. Atualmente, as micro e pequenas empresas representam 40% das exportadoras. No entanto, faturam apenas 1% do valor total vendido lá fora. “Hoje iniciamos um novo ciclo, pois agora temos uma Política Nacional da Cultura Exportadora. Ao Sebrae cabe o processo de qualificação dos pequenos negócios para que eles possam ter uma condição de qualidade para disputa de mercado globalizado e internacional”, explicou o presidente do Sebrae.
“Aliado a isso, vamos agir na construção de um fundo garantidor junto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que possamos oferecer microcrédito a fim de que os microempreendedores e pequenos empresários possam alavancar essa cultura empreendedora com segurança e com capacidade de investimento na melhoria daquilo que produzem”, argumentou Décio Lima.
O ministro de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou que o aumento da participação da agricultura familiar nas exportações passa pela ampliação da cobertura de assistência técnica e extensão rural, pelo apoio às cooperativas e o fortalecimento da sociobioeconomia. “Temos como tarefa inicial reunir as cooperativas com a Apex, o Sebrae e outros atores para alavancar a participação e agregar valor aos seus produtos”, disse.
De acordo com a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, existem 25 mil empresas que comercializam produtos para o exterior – o que representa 1% das firmas de todo o país. Além disso, apenas 14% delas são comandadas por mulheres e 42% estão no estado de São Paulo. “Estamos formalizando essa rede para ampliar a base exportadora e o nosso desafio é atingir mais empresas que possam se beneficiar desse mercado. Firmas mais exportadoras são mais inovadoras, mais produtivas, contratam mais e têm vida mais longa”, apontou.
A Política Nacional
Instituída pelo Decreto nº 11.593, de julho de 2023, a Política Nacional de Cultura Exportadora busca aprimorar as políticas públicas relacionadas ao comércio exterior, fortalecendo programas, projetos e ações inclusivas que facilitem a inserção das empresas no mercado internacional. A política também proporcionará maior coordenação entre órgãos envolvidos na promoção do comércio exterior e apoiará o ingresso e a permanência de empresas no mercado externo.