PIX acelera no Brasil, mas boatos afetam credibilidade
15 de abril de 2025
Redação

Criado pelo Banco Central (BC) e lançado oficialmente em 2020, o sistema de pagamentos instantâneos revolucionou o mercado financeiro brasileiro. Em poucos anos, tornou-se o método mais utilizado no país, superando cartões, boletos e transferências tradicionais. Atualmente, 76,4% da população já utiliza a ferramenta, segundo dados do próprio BC. No último ano, movimentou R$ 26,4 trilhões, consolidando-se como peça-chave na digitalização das transações financeiras.

Apesar do sucesso, recentes desinformações sobre uma suposta taxação geraram instabilidade no mercado e impactaram diretamente a adoção do serviço. Na primeira quinzena de janeiro de 2025, foram realizadas 2,29 bilhões de operações, totalizando R$ 920 bilhões, uma queda de 15,3% em relação ao mesmo período de dezembro de 2024. No entanto, a segunda metade do mês mostrou recuperação, com 1,92 bilhão de transações registradas.

O avanço da modalidade não se limita ao seu uso como substituto do dinheiro físico. Com a introdução do pagamento por aproximação, o modelo pode ganhar ainda mais espaço e reduzir a participação do cartão de débito. Além disso, a oferta de crédito diretamente pela ferramenta já é realidade em algumas instituições financeiras, enquanto o BC trabalha no desenvolvimento do pagamento recorrente, que pode representar uma alternativa ao tradicional parcelamento no cartão.

Para Luiz Guardieiro, Diretor de Receitas da  Portão 3 (P3), o Brasil teve uma vantagem estratégica ao adotar um sistema unificado regulado pelo Banco Central. “Nos Estados Unidos, por exemplo, cada estado tem suas próprias regras, dificultando a adoção de um sistema nacional. Em Portugal, a iniciativa partiu de uma empresa privada. Por aqui, a implementação centralizada ajudou na rápida popularização da tecnologia. Essa inovação mudou completamente a relação das pessoas com o sistema financeiro, democratizando o acesso e tornando os pagamentos mais ágeis e acessíveis”, afirma.

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