Não dá para comparar com o casamento de Charles e Diana ou com o funeral da rainha Elizabeth. Mas a festa da coroação de Charles III e Camilla foi mais um show midiático como só a família real britânica sabe fazer.
Em entrevista a um grupo de correspondentes estrangeiros na semana passada, o líder do grupo Republic que foi preso neste sábado , chamou a família real de “Kardashians pagos pelo povo”. É mais do que isso.
Charles recebe a coroa com a popularidade mais baixa do que da mãe, filho, irmã e nora. E tem pela frente o desafio de conter os movimentos republicanos e os questionamentos sobre falta de transparência diante da sociedade e da imprensa, em um mundo diferente daquele em que Elizabeth II foi coroada.
O imenso esforço de relações públicas e o investimento estimado de £ 250 milhões (mais de 1,5 bilhão de reais) em uma festa de três dias para celebrar a coroação de Charles III buscam sobretudo garantir a continuidade da monarquia: o rei tem ainda um longo caminho a percorrer para atingir o nível de popularidade de Elizabeth II, que foi vital, segundo os historiadores, para conter os movimentos republicanos.
De acordo com a mais recente avaliação do instituto de pesquisa YouGov, relativa ao primeiro trimestre de 2023, Charles III é conhecido por 97% dos entrevistados, mas admirado por pouco mais da metade deles: 55% – o que lhe garante apenas o quinto posto entre os membros mais populares da Família Real. Quase um em cada cinco (17%) confessaram não gostar do novo soberano.
O resultado coincide com o de outro estudo, da Lord Ashcroft Polls, no qual o novo rei aparece na sexta posição, porque a pesquisa inclui sua ex-mulher, a princesa Diana. Mais de 25 anos após sua morte, ela ainda aparece como a terceira mais admirada, atrás da rainha Elizabeth II e do príncipe William.