A proporção de empresas em Recuperação Judicial (RJ) em relação ao total de organizações aumentou no 4º trimestre de 2023, de acordo com o Monitor RGF de Recuperação Judicial no Brasil, uma plataforma que reúne dados sobre a saúde dos setores da economia brasileira a partir da quantidade de companhias em Recuperação Judicial, desenvolvido pela consultoria RGF & Associados. O mesmo levantamento também apontou que, nesse período, o número de empresas em RJ a cada mil saiu de 1,79 no 3º trimestre para 1,85 no trimestre seguinte.
O levantamento mostrou, ainda, que o número absoluto de empresas em Recuperação Judicial no país aumentou em 173 (considerando entradas e saídas), pulando de 3.872 para 4.045 (+4,5%). Já a base total de empresas cadastradas aumentou em aproximadamente 25 mil, saindo de 2,16 milhões para 2,19 milhões. Os dados se referem a matrizes de empresas ativas de pequeno, médio e grande portes.
“Os dados são do mais preciso e completo panorama da Recuperação Judicial no Brasil, o Monitor RGF, criado para preencher uma lacuna do mercado, que até então não dispunha informações sobre o paradeiro das empresas depois da Recuperação Judicial — e o Monitor RGF preenche essa lacuna”, conta Rodrigo Gallegos, sócio da RGF especialista em Reestruturação e Recuperação Judicial.
IRJ – Análise regional – Nordeste: 2,49
Alagoas: 4,56
Pernambuco: 4,04
Sergipe: 3,46
Rio Grande do Norte: 3,40
Bahia: 2,26
Paraíba: 1,89
Ceará: 1,38
Maranhão: 0,68
Piauí: 0,53
O Monitor levanta dados trimestrais e possibilita a apresentação do Índice de Recuperação Judicial (IRJ-RGF), que indica a quantidade de companhias em Recuperação Judicial a cada mil empresas, com visões por região, estado e setor. Para chegar a esses dados, o Monitor RGF avaliou mais de 2,19 milhões de empresas, que são as matrizes de empresas ativas de pequeno, médio e grande portes.
“Nossa intenção é ajudar as empresas a perceberem em qual contexto se encontram e dessa forma permitir que possam, em tempo hábil, acionar estrutura interna e externa para compor um comitê capaz analisar com precisão a saúde financeira da empresa e quais cenários são os recomendáveis a adotar”. Rodrigo sabe o que diz, como consultor especializado em Reestruturação já participou desse tipo comitê mais de dezenas de vezes.
“O empresário é um obstinado, um lutador, mas num momento crítico que pode levar uma recuperação judicial e sua implantação, ter um time de consultores externos ajuda muito a tomada de decisão e implementação das mudanças necessárias para salvar companhia.”, reforça Gallegos.
RESULTADOS DO 4º TRIMESTRE – EMPRESAS QUE SAÍRAM E ENTRARAM EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Das empresas que saíram do processo de Recuperação Judicial ao longo do 4º trimestre de 2023, 60% retornaram a operar sem a supervisão judicial, enquanto 31% tiveram seu registro baixado/encerrado ou foram classificadas como inaptas ou suspensas por possuírem pendências, situação que pode ser revertida com a resolução das irregularidades. Ainda de acordo com o IRJ-RGF, 9% das empresas faliram no período.
Já em relação à entrada em Recuperação Judicial no país ao longo do 4º trimestre, o número quase dobrou, saindo de 131 no 3º trimestre para 357 no período analisado. Se somarmos as entradas por estado, este número passa para 369 considerando que 12 empresas que já estavam em Recuperação Judicial alteraram o endereço de cadastro da matriz na Receita Federal, aumentando o número absoluto de empresas em recuperação em alguns estados e diminuindo em outros.
ANÁLISE ESTADUAL
A piora no cenário se repete nas análises regionais do IRJ-RGF, que contabiliza a proporção de empresas em Recuperação Judicial em relação ao total de organizações da região. O aumento aconteceu em todas as regiões do país, com exceção do Centro-Oeste, onde o índice caiu de 3,04 para 2,88 (empresas em RJ a cada mil ativas na região). Mesmo assim esta região continua tendo o índice regional mais alto do país.
O estado de São Paulo sofreu o maior aumento do número de empresas em Recuperação Judicial, saindo de 1.186 no 3º trimestre para 1.242 no último período — um crescimento do número absoluto de 56 —, seguido pelos estados do Rio Grande do Sul, que aumentou o total em 37 (saindo de 288 para 325), e Santa Catarina, que aumentou em 28 (saindo de 236 para 264).