Monitor do PIB aponta crescimento de 1,6% em 2023
23 de maio de 2023
Redação

O Monitor do PIB-FGV aponta crescimento de 1,6% na atividade econômica no primeiro trimestre em comparação com o quarto trimestre de 2022, considerando-se dados com ajuste sazonal. Na comparação interanual o crescimento da economia no primeiro trimestre foi de 3,6%. Na análise mensal, a economia cresceu 1,8% em março, comparado a fevereiro e 4,5% com relação a março de 2022.
 

“O expressivo desempenho da agropecuária (10,9%) é o principal responsável pelo crescimento de 1,6% da economia no primeiro trimestre na comparação com o quarto trimestre de 2022. Além disso, destaca-se também o desempenho positivo dos serviços com crescimento em praticamente todas as suas atividades, o que sinaliza certa resiliência deste setor no início de 2023. No entanto, é importante destacar que o crescimento da agropecuária foi bastante concentrado e não deve se manter neste ritmo ao longo do ano. A forte contribuição da produção de soja e sua elevada participação no valor adicionado da agricultura foram cruciais para o crescimento do PIB no primeiro trimestre; porém deve-se considerar que a maior parte da colheita de soja é realizada no primeiro trimestre, o que pode indicar maiores desafios ao longo do ano para a manutenção desse forte crescimento da economia”, segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
 

ANÁLISE DESAGREGADA DOS COMPONENTES DA DEMANDA

A análise gráfica desagregada dos componentes da demanda foi realizada na série trimestral interanual por apresentar menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente, permitindo melhor compreensão da trajetória de seus componentes. 
 

Consumo das famílias

O consumo das famílias cresceu 4,7% no primeiro trimestre. O único componente do consumo a retrair nesta comparação foi o de semiduráveis. Conforme observado no Gráfico 3, assim como ocorreu ao longo de 2022, as maiores contribuições positivas foram do consumo de serviços e de não duráveis. Este último impulsionado, principalmente, pelo segmento de combustíveis.
 

Formação bruta de capital fixo (FBCF)

A FBCF cresceu 0,2% no primeiro trimestre. Embora o segmento de construção tenha crescido 2,4% e o de outros da FBCF 4,1%, este fraco crescimento do componente total deve-se a retração de 3,4% de máquinas e equipamentos. O forte recuo registrado na FBCF de caminhões e ônibus é a principal razão para a retração do segmento.
 

Exportação

A exportação de bens e serviços cresceu 5,7% no primeiro trimestre. O desempenho da exportação de produtos da extrativa mineral e de serviços são os principais responsáveis pelo forte desempenho do componente. Como contribuição negativa destaca-se a retração da exportação de bens intermediários.
 

Importação

O total das importações retraiu 2,1% após oito meses consecutivos de crescimento nos trimestres móveis. Isto deveu-se a quedas na importação de produtos agropecuários, da extrativa, e bens intermediários. Embora a importação de serviços tenha crescido no primeiro trimestre, nota-se no Gráfico 6 a diminuição de sua contribuição que havia sido significativa em 2022.
 

PIB-FGV EM VALORES

Em termos monetários, estima-se que o acumulado do PIB, no primeiro trimestre de 2023 em valores correntes, tenha sido de 2 trilhões 830 bilhões e 489 milhões de Reais.
 

TAXA DE INVESTIMENTO

O Gráfico 7 destaca em duas linhas as médias das taxas de investimento: a laranja (em cima) mostra a média das taxas de investimento trimestrais desde o primeiro trimestre de 2000 (18,0%); a cinza (em baixo), a média das taxas de investimento trimestrais desde o primeiro trimestre de 2015 (16,6%). Observa-se que a taxa de investimento no primeiro trimestre de 2023 foi de 15,7%, na série a valores correntes. Este resultado é menor do que a taxa de investimento média nos dois períodos analisados, tendo patamar similar a taxa de investimentos observada nos trimestres de 2017. Assim como no primeiro trimestre de 2023, em 2017 o crescimento da economia foi bastante influenciado pelo desempenho da agropecuária. Isto explica a redução da taxa de investimentos nestes períodos com o crescimento do denominador (PIB), sendo consideravelmente acima do numerador (FBCF) da taxa de investimentos.

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