Impacto das chinesas no e-commerce brasileiro
26 de abril de 2024
Redação

As empresas chinesas, como Shopee e Shein, têm experimentado um crescimento acelerado devido a uma combinação de fatores. O banco de investimentos BTG calcula que a receita bruta com vendas online (GMV, na sigla em inglês) da Shein ultrapassou R$15 bilhões no Brasil no ano passado, enquanto a da Shopee alcançou cerca de R$20 bilhões, ultrapassando gigantes do e-commerce de moda brasileira, como a C&A e Renner. Por um lado, sua eficiência operacional e abordagem inovadora nos negócios, especialmente focada na experiência do cliente e na facilidade de uso de seus aplicativos, têm desempenhado um papel crucial. Essas empresas chinesas demonstram uma maturidade significativa em termos de experiência de compra dentro de seus aplicativos, o que é amplamente utilizado na Ásia. Isso inclui estratégias de gamificação, como premiações e pontuações para indicação de links, além de uma ampla variedade de produtos disponíveis. 

“Enquanto as empresas chinesas podem concentrar seus estoques na Ásia e exportar conforme a demanda, os comerciantes brasileiros enfrentam altos custos de capital para comprar e manter estoques disponíveis, tanto para vendas online quanto em lojas físicas. Essa diferença nos modelos de negócios e na estrutura tributária cria um ambiente desafiador para os comerciantes brasileiros competirem efetivamente com as empresas chinesas no mercado de e-commerce”, explica o especialista em comércio exterior e CEO da China Gate, Rodrigo Giraldelli. 

Uma discrepância tributária significativa impulsiona a popularidade das empresas chinesas no mercado brasileiro. Enquanto as empresas chinesas podem oferecer preços mais competitivos devido à ausência de impostos sobre importação e vendas, os comerciantes brasileiros enfrentam uma carga tributária significativa em seus produtos. Embora o governo brasileiro tenha estabelecido encargos fiscais em certos produtos/valores de compras de empresas estrangeiras no ano passado, os comerciantes brasileiros continuam lidando com impostos tanto na importação quanto na venda de produtos, enquanto as empresas chinesas conseguem vender no Brasil sem esses encargos. Essa disparidade tributária coloca os comerciantes brasileiros em uma grande desvantagem competitiva, tornando praticamente impossível competir com as empresas chinesas.  

Sobre Rodrigo Giraldelli, da China Gate:  

Formado em Administração de Empresas e Economia, o paranaense Rodrigo Giraldelli é um dos pioneiros na importação de produtos da China para o Brasil. CEO da China Gate, empresa especializada em consultoria e educação sobre importação, Rodrigo auxilia comerciantes que desejam ampliar sua margem de lucro com produtos do país asiático. Além da consultoria, Rodrigo também ministra cursos on-line para ensinar empreendedores sobre o ofício. Com profundo conhecimento em marketing digital, Giraldelli publica, semanalmente, conteúdos nas redes sociais (@chinagatebrasil) e em seu canal do YouTube sobre importação 

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