HULW tem fisioterapia contra incontinência urinária
3 de maio de 2023
Redação

O Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB/Ebserh/MEC) passou a contar com um ambulatório de fisioterapia em urologia e ginecologia. Primeiro da rede pública de saúde do Estado da Paraíba, o novo setor foi inaugurado quinta-feira (27) e os atendimentos já tiveram início. 

Com o serviço, os pacientes terão acesso à fisioterapia uroginecológica, também conhecida como reabilitação do assoalho pélvico, tratamento para as disfunções urogenitais e anorretais que visa à melhoria da qualidade de vida dos indivíduos acometidos por essas alterações. 

“Este é o primeiro ambulatório de uroginecologia em hospital público da Paraíba. Com a ferramenta, vamos ter um impacto positivo muito grande, abrindo campo para assistência, ensino e pesquisa de primeira qualidade na área”, destacou o superintendente do HULW, Marcelo Tissiani, frisando ainda que os equipamentos e o corpo técnico são grandes diferenciais do novo ambulatório.  

“Uma área nova de atendimento que vai avaliar, prevenir e reabilitar as disfunções do assoalho pélvico”, explanou a fisioterapeuta especialista em urologia, ginecologia e obstetrícia Andressa Lugon.  

O serviço vai atender pessoas com disfunções como incontinência urinária, fecal, disfunção sexual e prolapsos genitais, por exemplo. Inicialmente os agendamentos   serão encaminhados ao setor por médico do HULW, como demanda interna para consulta inicial de avaliação.  

Para o novo ambulatório, foram adquiridos dois aparelhos de biofeedback eletromiográfico, além de dois biofeedback manométricos e um aparelho  de urofluxometria (o qual permite identificar disfunções do fluxo urinário). São equipamentos próprios para a fisioterapia uroginecológica, a fim de alcançar o objetivo do tratamento que pode utilizar técnicas como eletroestimulação, biofeedback ou exercícios específicos.  

A Sociedade Internacional de Continência recomenda a fisioterapia como padrão-ouro no tratamento da incontinência urinária, por ser um método não invasivo, de baixo custo e sem efeitos colaterais. “As evidências científicas apontam a fisioterapia como primeira linha de tratamento para incontinência urinária, com o treinamento dos músculos do assoalho pélvico, tornando-o mais funcional. Alinhado ao tratamento médico, vem trazer muitos ganhos aos pacientes, com tratamento conservador e, em muitos casos, favorecendo com reabilitação sem cirurgia”, informou Andressa.   

Incontinência urinária 

Dados de 2020 da Sociedade Brasileira de Urologia apontam que a incontinência urinária atinge 72% das mulheres no mundo. Cerca de 20% dos casos são em mulheres adultas e 50% em idosas. A doença tem como característica principal a perda involuntária de urina e atinge não somente a bexiga, mas também a musculatura pélvica, ou seja, a que sustenta outros órgãos da região.  

“Uma das disfunções mais frequentes, a incontinência urinária é uma condição de alta prevalência e onerosa de saúde pública, afetando mais as mulheres (de todas as idades), podendo alterar as atividades diárias e de interação social. A fisioterapia irá atuar nas disfunções miccionais, anorretais, sexuais e obstétricas, com ganhos favoráveis às pacientes, principalmente, em qualidade de vida”, disse Andressa Lugon.  

Três são os tipos: a de esforço (quando há perda de urina em atividades que contraem o abdômen, como tossir e rir); a de urgência (quando a pessoa tem uma vontade súbita de urinar, mas não consegue “segurar” até chegar ao banheiro); e a mista, a qual associa os dois tipos citados.  

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