O vírus H5N1 é definido como um vírus da influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, porque ele está presente em algumas espécies de aves, principalmente migratórias. É o que explica Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
Na última segunda-feira (22), o ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, declarou estado de emergência zoosanitária em todo o território nacional em função da detecção da infecção pelo vírus em aves silvestres no Brasil. A medida foi publicada na edição extra do Diário Oficial da União, na Portaria nº 587.
Marilda Siqueira esclarece que o vírus H1N5 até o momento foi capaz de infectar poucos humanos, porém ainda não conseguiu fazer a adaptação necessária para ser transmitido de um humano a outro, pois ele se difere dos outros vírus sazonais em humanos, como a H1N1. “Principalmente em algumas diferenças nos genomas desses vírus, que se refletem nessas proteínas de superfície e que fazem e permitem que eles possam ocasionar uma maior ou menor gravidade nos humanos, dependendo dessas características genômicas deles e dependendo também da adaptação que eles tenham ou não nos humanos e na resposta naturalmente imune que nós podemos fornecer contra este vírus”, argumenta.
A declaração do estado de emergência é válida por 180 dias. E é uma medida para evitar que a doença chegue na produção de aves de subsistência e comercial, bem como para preservar a fauna e a saúde humana. Para o consultor de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a decisão do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) de emplacar estado de emergência é assertiva.
“Conscientizar a população de que não se deve pegar nessas aves contaminadas, conscientizar as granjas, o setor produtivo, para que reforce as medidas de proteção e as medidas de segurança, para efetivamente impedir a entrada deste problema no sistema industrial brasileiro, nas granjas comerciais”, explica.
O consultor avalia que a eficácia da medida imposta pelo Mapa irá depender de como a população e o setor produtivo irão aderir às medidas de proteção. Porém, em questões de biosseguridade, o Brasil tem uma larga vantagem na comparação com diversos países ao redor do mundo.
Iglesias também pontua que até o momento não houve nenhum impacto econômico e só haverá se o vírus atingir e se espalhar por granjas comerciais, do contrário, o país não terá problemas econômicos em relação a isso.
Fonte: Brasil 61