Do Sertão da PB, BINGO vai estudar expansão do universo e lixo cósmico
28 de junho de 2023
Redação

O radiotelescópio BINGO, sigla para “Baryon Acoustic Oscillations in Neutral Gas”, é um grande projeto em construção no sertão da Paraíba que poderá mapear lixo espacial e e até asteróides. No nosso bate-papo FORADOEIXO.REC a gente traz o professor de Física da UFCG, Amílcar Queiroz, que é um dos coordenadores do projeto do radiotelescópio. Ele faz revelações sobre a construção do equipamento na China e projeta quando finalmente a comunidade científica internacional poderá desfrutar de toda a tecnologia que funcionará no município de Aguiar. 

O professor diz que uma das missões mais importantes do BINGO é estudar a expansão do universo e seus efeitos sobre a a Terra. 

Pensado para desvendar segredos do universo através da detecção de ondas de rádio, o BINGO poderá passar por um aumento de capacidade após concluir sua fase atual, que permitirá observar objetos na órbita da Terra.Idealizado em 2010, o BINGO é um radiotelescópio projetado para desvendar segredos do universo de diferentes formas. Entre elas, estão a detecção de oscilações acústicas de bárions (uma partícula subatômica), as emissões por trás das misteriosas rajada rápidos de rádio e até da radiação vinda dos pulsares, objetos nascidos da evolução estelar. 

A estrutura do radiotelescópio está sendo construída por chineses, mas ela foi toda pensada e desenvolvida no Brasil, com participação de cientistas paraibanos. Quando avançar de fase, uma extensão poderá fazer com que o BINGO produza mapeamentos detalhados do lixo espacial e até de asteroides. 

Há objetos que se movem pelo céu mas são “invisíveis” para nós, por não estarem iluminados. A corrida espacial, disputada entre a antiga União Soviética e os Estados Unidos, teve seu início marcado pelo lançamento do satélite Sputnik I, em 1957. Abdalla conta que, segundo estimativas, desde então a órbita terrestre já abriga alguns milhões de pequenos pedaços de lixo espacial, com até 20 cm de extensão — mas vale lembrar que há também objetos maiores, como os estágios de foguetes usados em lançamentos.

O radiotelescópio BINGO conta com duas estruturas parabólicas. A primária recebe as ondas eletromagnéticas e as reflete para a segunda que, por sua vez, as direciona para um painel com aproximadamente 50 cornetas. Estes componentes enviam sinais para um transistor e, em seguida, as informações vão a um receptor. Por fim, os dados associados aos sinais são analisados e coletados por um computador.

No momento, a equipe do projeto está trabalhando nas cornetas em um processo complexo, que depende também da indústria. 

O BINGO é um projeto conduzido em parceria com outros países, como a França, Itália, África do Sul e Inglaterra —mas o principal deles, inclusive em termos financeiros, é a China, país que vem construindo os componentes metálicos. Além disso, a expectativa é grande para o retorno que o telescópio poderá oferecer. O centro do projeto fica na Paraíba, mas a equipe pensa em ter outros observatórios espalhados pelo Brasil. 

Assista a entrevista co professor de Física Amílcar Queiroz, clicando AQUI. Se preferir, o vídeo do bate-papo FORADOEIXO.REC está postado aí em cima, na capa do site.

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