Em reunião realizada na manhã desta terça (29), a Comissão de Educação e Cultura do Senado Federal retirou do Projeto de Lei 3.696/2023, do senador Randolfe Rodrigues (REDE/AP), a renovação da Cota de Tela para filmes brasileiros nas salas de cinema. A medida atende um pedido de entidades representativas do setor exibidor que defendem um amplo debate sobre o tema envolvendo todos os elos da cadeia cinematográfica (ANCINE, Conselho Superior de Cinema, produtores, distribuidores e exibidores).
“Defendemos que a Cota de Tela, para ser um verdadeiro estímulo ao cinema nacional, deve estar acompanhada de uma política mais abrangente e que envolva mecanismos de fomento e incentivo às produções realizadas por empresas brasileiras e não só a obrigatoriedade de exibição. Por isso, o debate é essencial, principalmente por vivermos uma situação delicada nos cinemas brasileiros com os efeitos da pandemia e agora da greve de roteiristas e atores de Hollywood”, explica Marcos Barros, presidente da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (ABRAPLEX).
Os cinemas brasileiros vêm sofrendo com a falta de lançamentos, sejam nacionais ou internacionais, que tiveram as produções paralisadas durante a crise. Mesmo após a reabertura das salas, o setor ainda está com índice 35% inferior de lançamentos, níveis de público 40% abaixo do cenário pré-pandemia e administrando milhões em dívidas acumuladas no período, situação que tende a se agravar com a greve, ainda sem solução.
Próximos passos – A Cota de Tela será discutida para que um novo PL seja elaborado e, para isso, é fundamental que todos os atores da indústria cinematográfica estejam envolvidos no debate, defende Marcos Barros: “A ABRAPLEX e as entidades parceiras vão continuar conversando com lideranças políticas e setoriais para conscientizar do momento delicado que vivemos. Atualmente, os complexos cinematográficos, principalmente aqueles que mantêm entre uma e três salas em pequenas e médias cidades do País, sobrevivem graças a lançamentos esporádicos de sucesso, caso da Barbie e Oppenheimer.
O grupo que defende um amplo debate sobre a Cota de Tela envolve a Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec), Associação dos Exibidores Brasileiros de Cinema de Pequeno e Médio Porte (AEXIB), Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas no Estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul e a Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (ABRAPLEX).