O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu reduzir a taxa básica de juros do país, a Selic, em 0,5 pontos percentuais (p.p), uma medida vista como acertada, embora represente uma ameaça ao ciclo de redução iniciado no ano passado, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Essa decisão é influenciada pela inflação, que tem sido impulsionada pelo aumento em alguns segmentos do setor de serviços, afetando especialmente as camadas mais baixas da população. A XP Investimentos aponta que serviços intensivos em mão de obra estão bastante inflacionados, indicando os efeitos do mercado de trabalho aquecido sobre os preços.
Em contrapartida, o país gerou 180 mil novas vagas de emprego formais em fevereiro, com previsão de alcançar 1 milhão até o final de 2024. Esse aumento na massa de renda, que cresceu 10% em termos reais no ano passado, pode contribuir para o aumento da inflação, que já atingiu quase metade do centro da meta estipulada para o ano inteiro nos dois primeiros meses. O Banco Central mantém um balanço de riscos positivo para um cenário desinflacionário, o que levou a outro corte de 0,5 p.p para a reunião de maio, mas adota uma postura mais cautelosa para as próximas reuniões do COPOM.
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) recebe com otimismo a decisão do Copom, destacando que a redução da Selic impulsiona não apenas o crescimento econômico, mas também o setor imobiliário, onde taxas de juros elevadas afetam o custo dos financiamentos habitacionais.
A entidade ressalta que, diante da atual tendência da inflação, o Banco Central tem margem para continuar reduzindo as taxas de juros, criando condições mais favoráveis para o desenvolvimento econômico do país. O presidente da ABRAINC destaca a importância dessas medidas para tornar os financiamentos habitacionais mais acessíveis e impulsionar o progresso econômico e social do Brasil.