Confeiteira começou como vendedora ambulante 
7 de fevereiro de 2024
Redação

Cuidar da casa, dos filhos e uma carreira profissional. Essa é a realidade de inúmeras mulheres que, desempenham muitos papéis, nem sempre reconhecidos. Para aquelas que empreendem os desafios aumentam. Na Paraíba, segundo os últimos dados do Sebrae são 166, 2 mil mulheres donas do próprio negócio, sendo a maioria delas na informalidade (76,9%) e atuando por conta própria (90%). Neste domingo (19) é celebrado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, data importante para lembrar a atuação e contribuição econômica e social das mulheres nas atividades que movimentam o mercado das pequenas empresas.

Uma representante da garra das mulheres que decidem empreender conciliando a jornada de mãe e das atividades domésticas é Roberta Farias. Este ano ela abriu oficialmente a loja física da Doce Amore. Mas, a ideia de empreender surgiu há nove anos e até ter o seu próprio espaço e negócio formal, ela vendia os doces de forma improvisada, como ambulante, no município de Cabedelo, região metropolitana de João Pessoa.

“Trabalhava na área de comércio exterior e, após um diagnóstico de depressão, precisei me afastar das atividades e cuidar da saúde. Porém, precisava fazer algo para ocupar a mente, foi quando resolvi comprar todo material para trabalhar com doces e deixei guardado. Até que um dia, minha mãe, dona Bernadete, soube que estavam montando um parque próximo a nossa casa. Resolveu preparar os doces, à noite ela disse que estava tudo pronto e que eu precisava ir para o parque vender”, lembra Roberta.

Após esse primeiro passo, ela voltou ao parque novamente e já tinha clientes aguardando os bolos de pote, docinhos e sanduíches. Os produtos que antes ficavam improvisados, no isopor, hoje ocupam as prateleiras e a vitrine da loja. “Iniciamos com dois banquinhos e caixa de isopor. Passamos para a bike, já vendemos na mala do carro e, hoje, temos nossa primeira loja”, comemora Roberta.

Ao longo dessa jornada a empreendedora investiu em capacitação, consultorias e atualmente é chamada para dar aulas e palestras. Para ela, um sonho concretizado e a realização de ir além das vendas. É também inspirar outras mulheres a terem o próprio negócio. “Eu me sinto feliz, tenho paixão pelo empreendedorismo Me sinto útil na sociedade, além de aproveitar meu trabalho para servir a Deus, através dos nossos doces e atendimento. Pois, se cada pessoa se sentir ao menos 1% acolhida e amada, ela já sentiu Deus e pra mim isso é tudo”, completa.

Para a gerente de Educação Empreendedora do Sebrae/PB, Humara Medeiros, as mulheres enfrentam mais desafios quando decidem abrir o próprio negócio por conta das demais ocupações que possuem. “São vários papéis que a mulher tem que desenvolver em três turnos. Ela começa como esposa, mãe e depois vai para o profissional. Esse profissional, hoje, exige muito da mulher. A gente tem que estar extremamente preparada, de olho no mercado, porque o mercado é muito competitivo. Então não dá mais para ser uma empreendedora sem estar preparada”, frisa.

Capacitação – A participação das mulheres com vontade de empreender está nos números de atendimento do Sebrae/PB. Somente este ano foram realizados 56.244 atendimentos de Pessoas Físicas do gênero feminino nas agências regionais da instituição em todo o estado. Em 2022 foram 43.069 atendimentos.

Além das orientações sobre como abrir um negócio, as clientes recebem ainda informações sobre cursos, eventos e capacitações. Etapas importantes para qualquer empreendedor, conforme explica Humara Medeiros. “A empreendedora que hoje se mantém no mercado e tem sustentabilidade está buscando cada vez mais se preparar. O Sebrae oferece capacitações que trazem casos que inspiram, como o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. A mulher quando empreende, ela vence por ela e por outras empreendedoras. Ela está carregando outras mulheres a conhecer esse mundo do empreendedorismo e entender que elas podem estar onde quiserem”, destaca a gerente.

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