O CEO do Grupo BBF (Brasil BioFuels), Milton Steagall, participou do Seminário LIDE Infraestrutura, Logística e Energias Renováveis nesta sexta-feira (11) e defendeu a produção de biocombustível e energia elétrica para os sistemas isolados a partir da palma de óleo. Segundo Steagall, o Brasil tem a oportunidade de se tornar líder global na produção de óleo de palma, gerando até 240 bilhões de litros desse produto por ano.
“Segundo o Zoneamento Agroecológico da Palma de Óleo, uma legislação federal de 2010 e considerada uma das mais rígidas do mundo, é possível produzir a palma de óleo em 31 milhões de hectares de áreas degradadas pelo desmatamento na região amazônica. Se levarmos em conta a média da produção da cultura, podemos produzir 240 bilhões de litros de óleo de palma por ano. Em 2022, a Petrobrás retirou do pré-sal 175 bilhões de litros de petróleo. Temos ou não um pré-sal verde no nosso país?”, questionou.
Previsto para 2026, o Grupo BBF iniciará a produção dos inéditos Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e do Diesel Verde, também conhecido como Óleo Vegetal Hidrotratado (HVO). A matéria prima para os biocombustíveis será o óleo de palma produzido pela BBF no interior de Roraima. Já o refino será feito em uma planta em construção na Zona Franca de Manaus (AM). A nova planta será a primeira biorrefinaria do País a produzir os inéditos biocombustíveis em escala industrial. A expectativa é que sejam investidos mais de R$ 2 bilhões na nova planta. Inicialmente, será possível produzir 500 milhões de litros anualmente dos inéditos biocombustíveis HVO e SAF.
Descarbonização
Atualmente, para ter acesso a energia elétrica, a população das localidades isoladas da Amazônia Legal brasileira tem de conviver diariamente com a queima do diesel S500. Atualmente, 212 localidades da região não estão conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e são atendidas por usinas termelétricas movidas, principalmente, por combustíveis fósseis.
De acordo com Steagall, devido aos desafios logísticos da Amazônia, são necessários o consumo de 3 litros de diesel para se levar 1 litro do produto para ser utilizado para a geração de energia para a região.
“Vimos neste caso uma oportunidade e começamos a produzir a palma de óleo na região e fazer todo o processo necessário para transformá-la em energia para essas localidades. Desenvolvemos um ciclo virtuoso, de capital intensivo, que faz com que produzimos da semente da palma ao megawatt”, afirmou.
Segundo o presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira, presente no evento, o desafio deste século é a descarbonização da economia e apesar de complexa a transição energética é urgente. “A energia renovável tem papel determinante e não há nenhum país no mundo com potencial produzi-la a preços competitivos como o Brasil. Somos um país ‘condenado’ a ser líder na produção e geração de energia renovável no mundo, tal qual somos na segurança alimentar”, explicou.
Seminário LIDE Infraestrutura, Logística e Energias Renováveis
O Seminário LIDE Infraestrutura, Logística e Energias Renováveis ocorreu na manhã desta sexta-feira (11), na capital paulista, e reuniu gestores públicos e privados. Além de Steagall e Ferreira, participaram do painel “As perspectivas, os desafios e as vantagens das energias renováveis no Brasil”, o presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha; o diretor-geral da Acciona Energia, Helbert Laier; e o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso. Foram moderadores do painel o presidente do LIDE Infraestrutura, Roberto Giannetti, e o presidente do LIDE Conteúdo, Carlos José Marques.
Sobre o Grupo BBF
O Grupo BBF (Brasil BioFuels), empresa brasileira fundada em 2008, é a maior produtora de óleo de palma da América Latina, com área cultivada superior a 75 mil hectares e capacidade de produção de cerca de 200 mil toneladas de óleo por ano. A empresa é pioneira na criação de soluções sustentáveis para a geração de energia renovável nos sistemas isolados, com usinas termelétricas movidas a biocombustíveis produzidos na região. Sua atividade agrícola recupera áreas que foram degradadas até 2007 na Amazônia, seguindo o Zoneamento Agroecológico da Palma de Óleo (ZAE), aprovado pelo Decreto 7.172 do Governo Federal, de 7 de maio de 2010.
O Grupo BBF criou um modelo de negócio integrado em que atua do início ao fim da cadeia de valor – desde o cultivo sustentável da palma de óleo, extração do óleo bruto, produção de biocombustíveis, biotecnologia e geração de energia renovável – com ativos totalizando cerca de R$ 2,2 bilhões e atividades gerando mais de 6 mil empregos diretos na região Norte do Brasil. As operações do Grupo BBF estão situadas nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima e Pará, compreendendo 38 usinas termelétricas (25 em operação e 13 em implementação), 3 unidades de esmagamento de palma de óleo, uma extrusora de soja e uma indústria de biodiesel.
A empresa está expandindo sua oferta de biocombustíveis e firmou parcerias para produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e de Óleo Vegetal Hidrotratado (HVO), também chamado de diesel verde. Os novos combustíveis sustentáveis serão produzidos a partir de 2026 na primeira Biorrefinaria do país, em fase de construção na Zona Franca de Manaus.