Carros elétricos e híbridos já são uma realidade no mundo todo, mas ainda são minoria na frota brasileira. Para mudar esse cenário e permitir que o mercado automobilístico avance com tecnologias mais limpas e sustentáveis, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai investir R$ 200 milhões para a descarbonização da cadeia automotiva.
Um benefício para as indústrias que atuam no setor, para o usuário e para a sociedade de forma geral — já que todos somos beneficiados quando reduzimos a poluição e vivemos num mundo mais sustentável. Para Davi Bomtempo, gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, “o investimento mostra que a indústria é parte da solução, é ela que vai viabilizar toda a transição para a economia de baixo carbono e gerar emprego, renda e desenvolvimento para todo o país.”
Além do aporte que pode ajudar a desenvolver carros elétricos e menos poluentes, os fundos também deverão financiar projetos de pesquisa, inovação, engenharia e certificações ligadas à descarbonização da indústria automobilística. O que para Bomtempo, há algum tempo, já se tornou uma obrigação da indústria e onde o Brasil sai na frente.
“Hoje o Brasil tem essa vantagem comparativa e a oportunidade de se colocar entre os maiores direcionadores dos investimentos internacionais, então o Brasil pode se colocar em posição de destaque. Isso graças às vantagens comparativas, a segunda maior produção de biocombustíveis, matriz elétrica e energética limpas, maior biodiversidade do mundo — 15% só na Amazônia —, grande fonte de água doce.” O que, segundo o gerente, vai corroborar para um ambiente mais propício de destaque na produção rumo à energia verde.
Reduzir a emissão de gases poluentes é apenas um dos benefícios da descarbonização da indústria. O Mapa Estratégico da Indústria, lançado em outubro pela CNI, mostra que maior eficiência no uso dos recursos naturais e uso de meios inovadores faz com que o setor seja reposicionado no mercado global e, com isso, se torne mais competitivo. Isso, para Bomtempo, é totalmente possível de ser feito pelo setor industrial brasileiro.
“A indústria vai viabilizar toda a transição para economia de baixo carbono e é ela que vai gerar cada vez mais emprego, renda e desenvolvimento para várias atividades e regiões do país. Para isso, os setores de transporte, cimento, químico, siderúrgico e petróleo e gás, que utilizam bastante energia, são os primeiros que precisam fazer a transição para uma economia de baixo carbono”.
O BNDES vai operar também em outras frentes ligadas ao mercado automobilístico de baixo carbono, já que será o operador dos fundos dos programas prioritários do Rota 2030 — uma lei de 2018 (Lei nº 13.755) que apoia o desenvolvimento tecnológico, a promoção da competitividade, a proteção do meio ambiente e eficiência energética em toda a cadeia automotiva, incluindo os setores de autopeças e sistemas estratégicos para a produção dos veículos.
A operação terá a ajuda de outras instituições, incluindo o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Empresas beneficiadas pela isenção de impostos na importação de peças e insumos financiam esses fundos, que ajudam a melhorar a eficiência energética da frota.
Fonte: Brasil 61