Há exatos 30 anos, em 1º de julho de 1994, o real entrou em circulação para substituir o cruzeiro real, como parte de um conjunto de medidas que criou uma moeda forte e colocou fim a um histórico de hiperinflação persistente. Pensando nisso, gostaria de propor uma pauta sobre o tema, contando com a avaliação de Edlayne Burr, diretora executiva e líder de Estratégia para Pagamentos da Accenture na América Latina, para avaliar a evolução e o futuro da moeda brasileira, com o DREX perto de se tornar realidade.
Uma prova do sucesso do Plano Real é a valorização da população brasileira sobre a sua importância para a economia. Pesquisa recente divulgada pelo Observatório Febraban revela que 71% dos brasileiros reconhecem que “o Plano Real continua importante, pois lançou as bases para uma economia mais sólida e estável”. Para se ter uma ideia da mudança, em 1993, segundo dados oficiais do governo federal, a inflação atingiu 2.477%, já em 2023, a inflação anual fechou em pouco mais de 4%. A nova moeda entrou em circulação no dia 1° de julho de 1994.
Para ajudar em uma possível contextualização, compartilho o estudo da Accenture, “Meios de pagamento tornam-se pessoais”, que traz vários dados relevantes sobre o Brasil, mostrando que 69% dos consumidores brasileiros preferem utilizar o Pix para fazer compras, ultrapassando o índice daqueles que afirmam usar dinheiro (67%)e ficando muito próximo de cartão de débito (70%) e do líder cartão e crédito (72%). Além disso, 50% dos brasileiros já utilizam as carteiras digitais para fazer pagamento, e que essa é a opção de mais popular no mundo da próxima geração.
O estudo aponta que pagamentos biométricos e máquina-a-máquina podem contribuir para ainda mais praticidade, e já aponta o Brasil como o 2º maior mercado de pagamentos instantâneos, atrás da Índia em número transações e do Reino Unido em volume financeiro.
O FUTURO: fazer da disrupção uma oportunidade para crescer
O estudo também indica que mais disrupção está por vir em pagamentos biométricos, máquina-a-máquina e pagamentos no metaverso. Isso pode parecer surpreendente, mas está alinhado com o entusiasmo do consumidor com soluções de pagamento sem atrito, que oferecem flexibilidade, velocidade e facilidade de uso – sem prejuízo da segurança. O desafio que os players do setor têm pela frente é tornar seguro para os consumidores pagarem em qualquer lugar, a qualquer hora e de qualquer modo.