13º salário: saiba como e onde investir
7 de fevereiro de 2024
Redação

No mês de novembro, os brasileiros com carteira assinada começam a receber a 1ª parcela do seu 13° salário. Também é nessa época de fim de ano que outras gratificações, como participação de lucros e bônus, são distribuídas para a maioria dos colaboradores. Com a quantia em saldo na conta, investir pode ser uma estratégia para multiplicar o seu dinheiro, seja para uma reserva de emergência, obter liberdade financeira ou se organizar para ter uma aposentadoria com mais conforto e segurança. Para facilitar os brasileiros sobre como e quais são os melhores investimentos para curto, médio e longo prazo, a analista em investimentos da casa de análises MW Research, Cleide Rodrigues, sugere as melhores alternativas de aplicação com os valores recebidos.

“Para os investimentos de curto prazo, recomendo aplicar o valor do 13° e outras bonificações em duas alternativas de investimento, como: CDB DI com liquidez que remunere no mínimo 100% do CDI de grandes bancos ou Tesouro Selic. Essa é uma alternativa prática, rápida e inteligente para quem gostaria de destinar esse valor para viagens, compra de material escolar dos filhos no início do ano ou até para quem quiser guardar o salário extra. A ideia do curto prazo é rentabilizar o seu dinheiro sem comprometer totalmente seus ganhos, mas oferecendo a possibilidade de resgate a qualquer momento”, explica a analista certificada.

As carteiras de renda fixa também entram nas indicações para médio prazo, segundo Rodrigues. “Para quem optar por investir a médio prazo, as carteiras de renda fixa também são as mais indicadas. Contudo, nesse caso, o investidor poderá abrir mão de um pouco de liquidez em busca de retornos melhores, desde que os vencimentos dos investimentos estejam alinhados com os objetivos”, explica a analista da casa de análises MW Research.

Por outro lado, caso o 13º salário não seja primordial para a renda do investidor, Cleide Rodrigues sugere as aplicações de longo prazo, planejando colher os frutos desse investimento após cinco anos ou até mesmo já visando a aposentadoria. “Uma ótima alternativa para quem está pensando a longo prazo são as ações e os investimentos de fundos imobiliários (FIIs), porque é uma oportunidade de conquistar a liberdade financeira”, ressalta.

Foco em dívidas e colchão de segurança

Para o especialista em finanças pessoais, Renan Diego, para quem está com dívidas a quitar ou ainda não possui nenhuma reserva financeira, é melhor seguir por outro caminho. Ele explica que, nesse caso, deve-se usar o 13º salário de maneira estratégica.  Para quem ainda não tem uma reserva financeira, o que eu costumo chamar de ‘colchão de segurança’, sugiro que a quantia do 13° e de outras gratificações de fim de ano sejam utilizadas para dar o pontapé inicial nessa direção. Agora, se a pessoa já conta com um valor destinado para emergências, minha sugestão é reservar boa parte desse valor para os investimentos, estratégia para multiplicar o saldo, seja a curto, médio ou longo prazo”, explica o especialista que já educou mais de 6 mil alunos sobre investimentos e finanças pessoais. 

Já para quem está em dívidas, o especialista em investimentos indica que seja feita a quitação integral ou, pelo menos, obtenha-se o máximo de amortização possível, a fim de evitar que corram ainda mais juros sobre o valor total, evitando que 2024 se inicie no vermelho. “Se o seu 13° salário for suficiente para pagar toda a dívida em aberto, faça isso. Agora, se ele não chegar nem perto de quitar a dívida, não recomendo que você pague a dívida. Isso porque uma negociação é a melhor opção, seja com o banco, cartão de crédito ou qualquer que seja a empresa. O credor quer resolver a dívida. Se a dívida for com um banco, saiba que sempre há margem para negociação. Isso porque, eles precisam prestar conta ao Banco Central sobre os inadimplentes, então quanto menos pessoas devendo, melhor. Eu tenho alunos que já conseguiram quitar dívidas com até 90% de desconto e ainda parcelaram o valor em 12 vezes”, recomenda o expert. 

Renan Diego ainda reitera que não se deve contar com o 13º salário e explica o motivo. “Não conte com esse dinheiro, porque pode ser que ele não venha. Isso porque muitas empresas, quando decretam falência ou entram em recuperação judicial não precisam pagar essa gratificação aos colaboradores. Logo, contar com essa quantia no orçamento anual da família é arriscado. Pense nele como uma renda extra que está entrando no orçamento”, orienta.

Investimentos a longo prazo

Ainda de acordo com a analista da MW Research, Cleide Rodrigues, no Brasil, somente 3% da população investe na bolsa por medo e por falta de conhecimento, enquanto nos Estados Unidos mais de 50% da população já investe. “Muita gente tem medo de investir na bolsa, porque acredita ser um jogo de sorte, mas na verdade a bolsa de valores é apenas um estudo. Quando você investe em ações, você está se tornando um pequeno dono de grandes empresas. Quando você investe em fundos imobiliários, você está se tornando um pequeno dono de empreendimentos imobiliários. Desta maneira, o investidor tem direito a participação dos lucros de boas empresas e de bons fundos imobiliários”, explica Rodrigues.

Ainda segundo a especialista certificada, os investimentos feitos em boas ações ou em fundos imobiliários (FIIs) são para gerar rendimentos. “No começo, eles podem gerar quantias menores, suficientes para pagar uma conta de água, talvez uma pizza ou até uma conta de luz. Com consistência e continuidade dos aportes em algum momento, poderá ser possível pagar outras contas maiores. Mas o segredo desses empreendimentos a longo prazo não está no pagamento de contas mensais e sim, no reinvestimento dos lucros”, orienta a analista chefe da MW Research.

“Quem tem uma ação, recebe o proporcional a isso. Portanto, pela lógica, quem tem cem ações, também recebe proporcional a isso, ou seja, quanto mais ações eu tenho, mais dividendos eu recebo e me aproximo mais da liberdade financeira. É claro que isso não acontece do dia para a noite, mas o dinheiro deve trabalhar para nós, e não ao contrário”, reitera Cleide Rodrigues.

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